A Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) define dor como uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano real ou potencial dos tecidos, ou descrita em termos de tais lesões. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-IV-TR), os transtornos dolorosos podem ser classificados em: transtorno doloroso associado com fatores psicológicos, transtorno doloroso associado tanto com fatores psicológicos quanto com uma condição médica geral e transtorno doloroso associado com uma condição médica geral. Ainda segundo o DSM-IV-TR, a dor pode ser classificada como dor aguda e dor crônica, sendo que a primeira, trata-se de uma dor pontual, com duração inferior a seis meses. A dor aguda tem o papel de alertar o indivíduo da possibilidade de lesão, surge de forma súbita e na maioria das vezes acompanhada de alterações no sistema nervoso autônomo, tais como: sudorese, hipertensão arterial, taquicardia, espasmos e entre outros. A dor aguda é um aviso essencial à sobrevivência ou ameaça à integridade que permite ao organismo mobilizar-se para responder à agressão e defender-se. O seu diagnóstico etiológico não é difícil de identificar e, geralmente, desaparece após a eliminação do agente etiológico. A dor causa um estresse muito grande para o organismo e tem um componente aversivo em si, portanto é natural que se queira evitá-la.
Por outro lado, a dor crônica, geralmente é de difícil identificação temporal e/ou causal podendo manifestar-se com várias características, e gerar diversos estados patológicos. Geralmente, considera-se uma evolução com duração de mais de seis meses, podendo manifestar-se de modo contínuo e recorrente, é uma experiência mediada por elementos físicos, emocionais e cognitivos.
A dor crônica atinge de 25 a 30% das pessoas que residem em países industrializados. No Brasil, estima-se que cerca de 50 milhões de pessoas padeçam de algum tipo de dor. Dor, na forma aguda ou crônica, é a principal razão de procura pelo sistema de saúde e está entre as principais causas de faltas ao trabalho. Sendo assim, pela alta ocorrência na população, alto custo e impacto negativo, a dor é também um problema de saúde pública.
A dor crônica nem sempre desaparece após a cura da lesão, sua presença constante ou intermitente e sua duração prolongada é muito perturbadora para quem a sente. A dor crônica carreta alterações nas atividades físicas, no sono, na vida sexual e no humor do paciente. Além disso, pode estar associada a baixa auto-estima, distorções cognitivas, desesperança, conflitos familiares, prejuízos no trabalho e no lazer. Desta forma, propõe-se que uma maneira eficaz para tratar a dor é com equipe multidisciplinar, pois assim, todos os aspectos da vida do ser humano são considerados e podem ser devidamente manejados.
Existem inúmeras doenças que levam à dor crônica como a fibromialgia, a neuralgia do trigêmio, enxaqueca, disfunção temporomandibular, ciatalgia, lombalgia, entre outras. Cada uma dessas doenças possui sua etiologia, sendo que em comum possuem a dor crônica como sintoma, fazendo com que quem sofre destes males tenha como lição principal aprender a viver com a dor.